Cada coisa que a gente vê por aí...

Hoje acordei meio de bad, ansiosa, com saudade já, porém como logo de manhã tive aula de inglês, passou...
Saí da aula por volta das 16hs e quando estava passando em frente ao Banco do Bradesco aqui da minha cidade (SBOLOGA), vi um mendigo, até aí tudo bem... Quantos a gente não vê por aí, virou rotina, estamos acostumados... Mas eu não me acostumo.. E hoje foi foda.
Foda, porque o mendigo não era um mendigo, era um rapaz, paraplégico, via-se que tinha dificuldades em falar, estava numa cadeira de roda, uma sombrinha acoplada na cadeira (chovia muito) e   uma caixinha pra colocar o dinheiro dos que passavam e sensibilizavam com sua situação. Pessoas como eu, que sabem que uma moeda não resolverá, mas se sentem uma merda e pensam que com uma moedinha, o peso da consciência se amenizará...
Enfim, saquei umas moedas da carteira, e coloquei na sua caixinha...
Foi quando ele me disse:
- Está frio né...?
Respondi:
- Está!
E ele respondeu:
- O pior é que eu não posso ir embora...
Meu, saí correndo e entrei no Bradesco chorando... Me senti um cocô e senti muita raiva de mim e da família desse cara...Já trombei esse ser pelas ruas da cidade... Com certeza, alguém da família dele o leva pra frente do banco pra ele pedir $ e depois mais tarde vai buscar...
Desumano...
Acredito que a família deve passar por necessidades e lógico que uma pessoa naquele estado sensibiliza...
Saí do banco querendo conversar com ele, saber porque, como onde, ele estava ali...
Mas fiquei imóvel olhando pra ele e lamentando...
Que grande babaca eu sou!

O Bicho Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. (Manuel Bandeira)