quinta-feira, 5 de maio de 2011

Por que as Pessoas se Casam?







Anda complicado colocar coisas no papel, digo no “word”. Tenho mil idéias mas na hora de escrever eu brocho, sei lá porque. Mas achei interessante esse assunto que surgiu do nada devido a um devaneio (será vontade?) da minha pessoa.
Tenho estado muito tempo sozinha aqui, não que isso não esteja sendo bom, tenho aprendido muito sobre mim mesma, evoluido, prestando mais atenção às minhas vontades e muitas vezes me assustando com elas.
Esse lance de casamento é assunto complicado e tudo começou porque estava conversando com uma amiga (não vou citar o nome pra não comprometer) e a mesma me disse que nunca irá se casar e sim namorar a vida toda. Essa mesma amiga, me disse que namorar é bem melhor, e que as amigas das amigas sempre dizem que depois que se casaram tudo mudou e o negócio desandou. Ouço muito isso e para mim isso já é clichê. A palavra casamento vem acompanhada de um peso enorme como se realmente as pessoas estivem com a bigorna no pé ou indo pra forca. Mas elas continuam se casando...
Sendo assim, do nada, postei no mau português no facebook, “Por que as pessoas casam” e acredito que o correto é “se casam” mas tudo bem, estou tentando aprender ingles, não o domino ainda e acho que ando esquecendo  o português, rs. E, lógico isso gerou um bafonzinho básico...
Uns não tem a mínima ideia, outros acham que é por amor, outros porque não tem o que fazer, outros pra dividir, alguns magoados, outros felizes, uns acham que é para enriquecer advogados,   um , acredita que quando o analista não medica a pessoa direito você acaba se casando (rs) e uns perdidos, como eu.
Eu nunca me casei, tive sim um relacionamento relampago e juntei os “fiapos do trapo” ( o que me gerou um trampo!) durante 5 meses, mas eu já sabia que era uma coisa breve (foi necessario morar junto!) e esses 5 meses foram suficientes pra me dar a certeza do que em um ano e meio eu já sabia, mas não tinha coragem de assumir. A paixão é cega. O amor não.
Eu sempre tive o dedo podre para relacionamentos e fui muito imatura durante muito tempo em relação à eles. Tive alguns que  me ensinaram da pior maneira possível que não era a hora... Mas não tenho traumas quanto à isso. Pelo contrário, hoje penso, é que tive é muita sorte! Nunca tive o sonho “Quero me casar, construir familia, casa, cachorro, filhos...” Isso sempre foi bem distante para mim porque sempre curti ( e curto) muito minha vida de solteira, poder fazer o que gosto, na hora que quero, sem ter que dar satisfação a ninguém. E sempre achei meio demodé, casamento, papel, igreja... Tudo muito tradicional e institucionalizado. Muito dinheiro para entrar e muito dinheiro, caso precise sair...  Mas, eu ando muito assustada comigo mesma.
Isso me fez lembrar de uma crônica do  Ferreira Goulart, chamada “O Amor”, nele ele diz que o amor é anti-burguês, é liberação e aventura e que o casamento é próprio da vida burguesa.

“...Duas pessoas se conhecem, se gostam, se sentem atraídas uma pela outra e decidem viver juntas. Isso poderia ser uma coisa simples, mas não é, pois há que se inserir na ordem social, definir direitos e deveres perante os homens e até perante Deus. Carimbado e abençoado, o novo casal inicia sua vida entre beijos e sorrisos. E risos e risinhos dos maledicentes. Por maior que tenha sido a paixão inicial, o impulso que os levou à pretoria ou ao altar (ou a ambos), a simples assinatura do contrato já muda tudo. Com o casamento o amor sai do marginalismo, da atmosfera romântica que o envolvia, para entrar nos trilhos da institucionalidade. Torna-se grave. Agora é construir um lar, gerar filhos, criá-los, educá-los até que, adultos, abandonem a casa para fazer sua própria vida. Ou seja: se corre tudo bem, corre tudo mal.”

Fica dificil construir algo com alguém quando você acaba de ler um texto desse. Em dias como esses os quais estamos vivendo, onde tudo é    descartável, onde valores são colocados de lado  e não estou falando em ser moderno ou ser careta, mas de ter princípios... Tudo anda muito perdido, não deu certo separa, não tá bom troca... Isso assusta, falaê!
E apesar de tudo a pergunta continua “Por que as pessoas continuam se casando?”
No meu post no Face, a melhor reposta para mim foi da Fabi, pessoa linda, muito bem casada por sinal e feliz até onde eu sei... (pelo menos nunca a vi reclamando, muito pelo contrário!). Vou transcrever com as palavras dela porque estou com preguiça de escrever com as minhas:

Deixa eu falar, deixa, algumas pelos motivos errados, carência, não ter nada + interessante pra fazer, e essas estão fadadas ao fim, a infelicidade e acabam por enriquecer os advogados...o motivo certo é amor, aquele livre de egos, de comodidade, amor de verdade, aquele que se caminha junto, que divide, que diverge + que no fim , a vida faz todo sentido quando se olha do lado....eu casei por isso!

Eu concordo com a Fabi,  porque eu penso que na maioria das vezes as pessoas dizem “eu quero me casar e ser feliz” quando na verdade acredito que a gente se casa para fazer o outro feliz, é como a Fabi disse, quem casa pelos motivos errados está fadado ao fim mesmo...
E se nos pergutarem, como saber o motivo certo? Na minha opinião, não é dos certos que temos que saber e sim dos errados. Se qualquer sinal “dos errados” estiver dentro da gente é hora de rever se realmente vale a pena.
Minha amiga me disse, não precisa fazer muitos planos, a vida se encarrega... em resposta aos medos que temos de não dar certo, mas esteja atenta aos sinais... Quando ela disse planos, não se referiu a parte financeira, o que é outra história, acho burrice casar para ficar pior do que já está e somos bem gradinhos pra saber que amor morre de fome sim.
A maioria dos meus amigos são casados e felizes. Tenho amigos solteiros que dizem que nunca vão querer casar, tenho amigos que se separaram e espero de coração que não se traumatizem com isso.  Afinal de contas, o amor se renova é um sentimento grande o bastante pra caber na gente a vida inteira e atrair outro,  ( ou outros!) rs .
E até o mal medicado pelo analista, gosta da coisa e é muito bem casado que eu sei..rsrsrs...
E no fim de tudo, no mesmo texto do Ferreira Goulart ele diz:
“Mas, não radicalizemos: há exceções — e dessas exceções vive a nossa irrenunciável esperança.
É, eu ando realmente assustada comigo mesma...