terça-feira, 26 de março de 2013

A Arte de Ensinar (e aprender!) Inglês ( ou outra língua que não seja a sua!)



 
            Tenho ensinado  Inglês. E gostado.  Para alguns,  quando conto minha nova façanha me olham e dizem, “morou na gringa e agora está dando aula!”... É, morei  na gringa, porque um dos objetivos era sim, me tornar professora... Batalhei, vendi tudo que era meu ( ou que meu pai me deu!)  paguei cursos que não podia e  micos também, enchi o saco de muita gente (sempre!)  não entendia o que a professora dizia na sala de aula no ínicio. Pensei em desistir depois de 4 meses, depois de 7.... Consegui ficar um ano... E foi suado. Voltei com um inglês “malemá”, por assim dizer, tinha vergonha de falar, medo de falar, inseguranças, ainda tenho, não sei tudo, impossível, mas minha sede de saber cada dia mais, é imensa e tenho aprendido e melhorado muito!

             Ninguém nasce sabendo inglês, nem português, nem espanhol, nem  chinês, nem koreano, nem língua qualquer,  tudo se aprende, prova disso, são as crianças, que se expostas a qualquer tipo de língua quando pequenas vão crescer sabendo todas. Aprender uma nova língua é exposição constante. 

            Hoje, enquanto vinha em bora do trabalho, estive pensando em alguns alunos que ainda são muito resistentes ao aprendizado da língua, inseguros,  outros com muita facilidade, outros que não curtem.... Como lidar com tudo isso, na minha pouca experiência  como professora? Me lembrei , assim, como foi meu  primeiro contato com a língua. Acho que eu tinha uns 12 anos mais ou menos, tinha acabado de entrar na 5º série e começaria ter aulas de inglês, mesmo sendo canceriana (dizem que somos tímidas!), tenho ascendente em leão ( o que faz que eu sempre queira ser o centro das atenções, rs) , lá fui eu de dicionário em punhos, montar frases para impressionar a D. Silvia Helena, minha professora (ótima por sinal), da época, e sabe o que eu fiz, sendo o primeiro mico da estória montei frases com as fonéticas das palavras, sim, aqueles simbolos que ninguém entende,  que ficam na frente das palavras no dicionário e servem pra que aprendamos a pronunciar corretamente a mesma ( o que comigo nunca funcionou de inicio!) rsrs . Pense no trabalho que a pessoa teve em desenhar todos os simbolos ao escrever  “ I like my teacher!” ,  “ahy lahyk  mahy  tee-cher”

            Primeiro mico da vida no inglês, mal sabia que passaria mais vários, muitos anos depois....  Mas corajosa e cara de pau que sou, peguei minha folhinha e entreguei  para professora,  que ao olhar aquela loucura, abriu um sorrisão e mesmo sem saber se aquilo era inglês ou maori, finlandês, ou coisa parecida,  respondeu  “Muito bem,  Mabelly, ficou ótimo!” e eu me senti a mais foda, a mais inteligente, quase uma bílingue nata! Mal sabia que num futuro próximo não seria bem sim.

            Pensando nisso hoje, fico emocionada e agradecida, ela podia ter acabado com todos meus sonhos de aprender a falar outra língua, poderia ter criado um grande trauma  e uma resistên cia sem fim a aprender uma coisa nova a qual gostava muito! Mas não, ela me abriu caminhos...

            Aí vem a questão, será que  que todos os professores tem noção das atitudes perante os alunos, a gente peca tanto. Quantos sonhos a gente estimula ou não? Quantos caminhos abrimos? Ou não? Fiquei de cara. Preocupada. Mas feliz por ter chegado nesse questionamento comigo mesma, será que estou dando mesmo meu melhor.... Porque pelo amor, não quero estragar sonhos, nem fechar caminhos, muito pelo contrário...
            No meio disso tudo, não tiro em nenhum momento a responsabilidade do aluno. Professor abre caminhos e dá ferramentas, mas se você não estuda meu chapa, a não ser que você seja um gênio, não vai aprender...  Lembro que quando morei na Australia,  era a mais perdida que cego em tiroteio, ficava finais de semana inteiros em casa, tentando entender via internet, livros e tradutores,  o que acontecia nas aulas, porque simplesmente, eu não entendia o que estava acontecendo dentro dela.  No começo a vida de baladas era bem pouca, por falta de grana e por falta de entendimento!rs

            Mas a questão que ficou pra mim disso tudo é “quanto preciso pra ser melhor?” Muito, eu sei...   E apesar da profissão de professora ser quase  nada valorizada no Brasil, (assim  como músicos, artistas, etc), apesar de ter que ouvir de amigos, que moramos na gringa para nos tornarmos professores, eu me orgulho... Porque professor a gente não se torna, você pode aprender técnicas, estudar, mas professor mesmo, a gente nasce. E a responsabilidade é grande, mas apaixonante.

            Obrigada à todos meus alunos que confiam em mim, às escolas que me deram oportunidades e aos amigos que sabem que mesmo morando na gringa, a gente continua pé rapado lutando por cada pedacinho daquilo que a gente merece! J

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Bye Bye, 2011

2011 se foi. Acabou. It's done. E eu vou sentir tanta saudade dele, que só de pensar meu coração fica pequeno demais.
Posso dizer sem dúvida, foi o melhor ano da minha vida.
Ter a oportunidade de viajar e conhecer outro país, outras pessoas, outras culturas, deveria ser direito básico para todos.
A gente cresce, amadurece, soma as diferenças, deixa para trás aquilo que não nos serve mais, desapega e percebe que não somos os centro do Universo.
Há partes boas e ruins.
No meu caso sendo brasileira, sofro. O Brasil é lindo, potente, rico, e na minha cabeça a única coisa que não paro de pensar é: "por que raios não funciona então?" Isso me entristece de um tanto que meu zóio enche d'água.
A gente podia ter tudo. Tudo do melhor, mas somos pacatos, escolhemos errados nossos representantes, e não temos muita vontade de mudar as coisas. Eu tenho.
Acho que povo também com sua caracteristica de "malandro que anda no viés" já deu. Querer tirar vantagem em tudo é um saco.
Eu reparei aqui na Australia, as pessoas além de terem uma vida boa, ela confiam em você. Simplesmente porque não são sacanas, você pode até inventar estórias, mentir, mas elas vão acreditar em você.
E a gente cheio de desconfianças, medos e insegurança.
De tudo que vi, o que mais queria nesse ano que se inicia, é segurança.
Segurança, pra mim significa liberdade, eu poder ir em vir quando quero, ter paz para andar no carro, na rua, de bike... Esse é meu desejo de ano novo para todos nós. Um dos principais.
Depois,  queria que SBO tivesse praia..rsrsrsrs
Brincadeiras a parte, queria que nosso Brasilzão fosse mais bem cuidado e as pessoas conscientes.
Nossa economia, vai muito bem, mas não consigo ver onde vai todo esse "bem".
Queria que nosso povo fosse mais carudo na hora de exigir seus direitos. Que votassem certo. E que cobrassem depois.
Queria tanta coisa pro Brasil que se fosse escrever , não caberia.
Quanto ao Australia, país lindo, gente bonita, (mas ainda prefiro os latinos, rs), mas o país é lindo...
Tudo bem cuidado, funciona. Hoje sei o que significa primeiro mundo. E na boa, o Brasil tá longe...
Os australianos são de boa, mas mexa com o bolso deles pra ver... A rainha sabe disso.
Ter a oportunidade de estar aqui, foi algo que nunca vou esquecer, porque o ingles que você aprende, é nada perto de tudo que você vive. Das pessoas que você encontra. Das diferenças que você percebe. Do quanto você cresce.
Tive momentos ótimos, momentos bons, e maus momentos, mas não me arrependo de nenhum. Todos só somaram.
Conheci pessoas incríveis aqui, e percebi quem são meus verdadeiros amigos no Brasil. De longe as coisas ficam mais claras.

segunda-feira, 19 de março de 2012

NÃO É SÓ MAIS UMA NOITE NO INFERNO



" Você prometeu que estaria aqUi quando eu voltasse me esperando com uma garrafa de Jack e sorvete de caramelo.
Você estaria ouvindo Headcat e ia ser uma noite longa num motel de beira de estrada A gente ia rir como nos bons tempos com minhas piadas sem graça e meu senso de humor sem nenhum senso de oportunidade e ficar morgando na banheira de hidro ouvindo uma trilha sonora do inferno. Você me prometeu uma vida sem abutres voando sobre minha cama na beira do abismo. Você prometeu que haveria um Deus que cUidaria de mim e eu fUi estúpido e inocente o suficiente pra acreditar em você.
Agora quando eu olho pra essa parede vazia apenas com o retrato da Sasha Grey na parede é que eu entendo que o tempo todo você tava mentindo pra mim.
Eu só precisava perder o Medo de te perder pra não ter mais Medo de nada"

Mário Bortolotto

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Gostosuras, Comidinhas e o Retorno à Realidade.


Muito tempo. Uma pessoa muda em 4 meses? Muda, muito.
Desde o último post, já passei por milicoisas aqui e posso falar com sinceridade, acontecimentos que só me amadureceram como ser humano e mulher. Mudei de casa duas vezes, conheci novas pessoas, trabalhei em lugares diferentes, tive 4 TPM's e  saí ilesa, fiquei sem grana, me virei, fui ajudada por amigos, ajudei uns par, segurei o drama e tô aqui firme e forte. Acontecimentos que me fizeram mais segura e mais dona de mim. Eis a razão de toda essa distância.
Minha aventura em Wonderland Aussie está acabando... Sim, depois de 11 meses e 25 dias voltarei para realidade e isso me incomoda um pouco, apesar de estar com muita saudade de algumas coisas. Ansiedade da volta e desejo de ficar se misturam e eu gosto. Idas e vindas.
O Natal esse ano vai ser miado, provavelmente vou trabalhar, mas o Reveillón promete..Fortes emoções! rs
Bom, estou começando a perder o foco, e esse post só  surgiu mesmo para falar das comidinhas que ando experimentando, como saí da casa de família fui obrigada a cozinhar minha própria comida, o que é um feito e tanto para alguém que não sabe ainda fritar um ovo (sim, eu sei cozinhar várias coisas, mas tenho problemas com ovos, exceto os cozidos) são comidas na sua maior parte de uma pessoa que está "on diet", mas resolvi postar porque não quero esquecer,  comidinhas pra vida... rs.
Australianos comem muita coisa gordurenta e gostosas, coisas que nunca vou esquecer porque além de serem boas, me fizeram engordar 7 kilos, que felizmente vou consegui deixá-los aqui... hahaha Eu hein...
Fish'n Chips, ice cream, junkie delicious food, cookies dos mais gostosos, TIM TAM, o mais letal e delicioso biscoito para quem esta de dieta, Hawaian Pizza, sushis gigantes, de todos sabores, lamigntons (bolinho delicia!), pies, aaaai....Entende agora? O quão dificil é manter o corpitcho em dia!? hahaha
Pois é, mas como eu não tive a sorte de ser uma daqueles que tudo pode e nada engorda, tive que fechar a boca e me contentar com saladas, atuns, sushis ( que eu amo, graças a Budha, esse pode!), peixes, frangos, beefs, ovos, cream cheese e a grande paixão do momento: abacate.
Sim, abacate não faz mal, não engorda, é tudo de bom e vai com tudo!!! E um otimo hábito que adquiri aqui, além do chá com leite que é uma deliciaaa....Hummm... (Super british!)
Salada, sanduíches, mistos, chicken, peixes, ahh delícia...
Tá sem criatividade? Faz uma saladona com muita rucula, alface, abacate (ele tem que estar meio durinho senão zica). Separadamente, numa panela frite cebola, frango ou peixe em pedaços, mushrooms, tomate, brocoli (veja bem, frite o frango primeiro e depois coloque os legumes e atenção o brocóli tem que estar cozido e "al dente", isso vale também para a couve flor, caso queira colocar), depois de tudo bem mexido na frigideira, só colocar em cima da salada, com um pouco de cream cheese ou queijo fetta, pode temperar com sal e pimenta (cuidado porque o fetta já é salgado) e vinagre balsâmico... Oh my!!
Isso serve para sanduíches no pão sirio com atum, frango, ou carne vermelha... Whatever!
Outra coisa muito boa que eu aprendi e amo, é pasta ( macarrão integral) e sea food, essa receita pode ser básica, mas pra mim não é...rs , quem me ensinou foi um amigo suíço, chefe de cozinha o Kim, pessoa linda que quero muito bem... É  ridículo de fácil  e fica boooommmm... O processo é o mesmo do cozido de frango e peixe da salada acima, mas no final coloca o macarrao cozido pra da uma refogada junto e tchanãn.... Ai ai... Com uma pimentinha marroquina tudo de bom, "nem os cachorros não comem" como diz minha mãe...rsrsrs
Fora o abacate, descobri que tudo fica bom com manga, abacaxi....
Exemplo disso é a pizza Hawaiana, a preferida e ja me dá água na boca de pensar..
A base dela é queijo e tomate, ai coloca presunto, bacon e abacaxi... Ah, man, demais....
Enfim, frutas e verduras, assim como o café que vendem aqui são de ótima qualidade, os produtos importados chegam aqui como mercadoria para o primeiro mundo, quem fica com os refugos somos nós brasileiros e outros países que ainda não aprendemos a dar valor ao fruto da sua terra...Mas isso é um outro assunto que  me estressa e o papo tá tão legal...
Tem um arroz muito bom, que meu primo que é chef me ensinou (estou dando uma super sorte de morar em duas casas diferentes com chefes de diferentes nacionalidades!), que é o "Fried Rice", um arroz tailandês, delicioso. Sabe quando sobra aquele arroz, que você morre de pena de jogar fora (e nem é legal desperdiçar!), é só colocar numa panela cebola, carne cortado em pequenos pedaços, legumes ja devidamente cozidos e molho de soja ou de ostra...( http://tudogostoso.uol.com.br/receita/79772-chicken-fried-rice-arroz-tailandes.html ), receitinha aí easy to follow it! Enfim, delicia, delicia...
Tenho evitado carboidratos devido a minha dieta, mas durante o dia pode um pocadinho, entonces...
Tem mais coisas que aos pouquinhos vou aprendendo e estou orgulhosa de mim mesma, quero só ver se voltando pro Brasil essa empolgação continuará, espero que sim, apesar de saber que na dura realidade brazuca, terei muito menos tempo pra tudo isso... Uma pena! Mas, sou sacodida, sempre se dá um jeito...
Esse papo tá super me dando fome e são meia noite e pedrada. Nem é hora de comer...
Fazer sua própria comida, além de saudável é divertido e você consegue aprender muita coisa legal...

E viva o abacate, a manga, o abacaxi e tudo que deixa a vida mais gostosa!
Cheers! :)

PS: continuo gostando de fish'n Chips e coisas calorentas, mas na boa, estou evitando inclusive refrigerante... Opções... E graças, já se foram 5 kilos suadíssimos.
PSII: nuts nos pratos principalmente a castanha do pára e a macadâmia, fazem toda a diferença :)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Tudo vai bem, quando vai mal...

Demorei para entender em toda minha vida o quão exigente e mesquinha sempre fui. O quanto mimada e egoista, o quanto não sei ouvir "não" e como  não sei  respeitar a vontade dos outros e que devido à esses defeitos já perdi pessoas muito queridas na minha vida.
Demorei para entender que amor, afeto, carinho consideração, não se trocam, todos esses gestos são altruístas, você  doa  se voce tem vontade, se te faz bem, se te faz feliz,  mas não espere receber, deu tá dado, deu porque quis, porque sentiu necessidade. Uma puta sacanagem com o outro dar e querer de volta. Não que eu pense que a coisa não tenha que ser recíproca, mas se não tá feliz cai fora, ficar cobrando é um saco e desgastante demais...
Demorei para entender que todos,  assim como eu,  sofrem das dores da vida, das perdas, das escolhas erradas, sofrem por terem que responsabilizarem por elas, mesmo sabendo muitas vezes que escolheram errado. Que minha dor não é maior do que a de ninguém, só é minha, o que a faz um pouco mais especial, mas isso não me dá o direito de me fazer de vítima da situação.
Demorei para entender que aquilo que nos vem de graça em forma de afeto e carinho deve ser celebrado a cada momento e não fazer disso um motivo para que se cobre mais e mais e mais.
Hoje sinto que errei muitas vezes, que fui cega por muito tempo pensando que estava acertando, que era dona da situação, como fui infantil. Isso não significa que me arrependa do que vivi, acho que as historias que passaram , passaram porque deveriam passar, aquele lance que não era pra ser, mas que tanto sofrimento?
Querendo sempre mostrar que havia mudado,  quando na realidade,  quando mudamos, não precisamos mostrar, basta agir.... E eu  nunca entendia isso: que a mudança é dentro da gente e que quando mudamos de verdade ninguém precisa saber, porque já nos bastamos, porque ja sabemos o que gostamos e o que não, porque nos gostamos mais, e você vai saber que não tem que provar nada pra ninguém, não vai desperdiçar seu tempo com pessoas que não valem a pena, porque vamos entender o quanto a gente vale e sendo assim,  não daremos “pérolas aos porcos” como diz uma amiga querida. E mesmo com muita confusão na cabeça, ( que acho que isso é uma coisa intrinseca em mim, mas que me faz buscar sempre melhorar) a gente sabe que no final tudo se ajeita da melhor maneira possivel.
Falar e escrever a respeito disso é fácil. Dificil é lidar no dia a dia e como qualquer mudança que nos tira da nossa zona de conforto, do nosso, “sempre foi assim”, me sinto insegura e com medo dessas novas descobertas. Talvez um pouco de ansiosa porque quando você erra inconsciente é uma coisa, mas agora não da mais pra dar bandeira.... Isso me apavora um pouco... Mas ao mesmo tempo, estou feliz, porque haja o que houver, as escolhas são minhas e a responsa pelas consequencias também. Aquela história de “ a vida é minha, o problema é meu” faz todo sentindo agora e realmente não vou deixar que ninguém se intrometa onde não é chamado, porque já estou consciente  que esse é o preço a ser pago. Chega de se fazer de vítima da situação, percebi ( depois de muito tempo, minha Nossa Senhora da Bicicletinha sem freio!)  que quando isso acontece as pessoas gostam, tripudiam em cima e se acham no direito de fazer o que elas querem com sua dor.
Muita coisa dentro de mim anda sem resposta ainda, mas sei que ela virá. E por isso que ando sendo paciente nessa minha louca e desenfreada ânsia de viver. Eu, que sempre quis tudo pra ontem...
É dificil gostar de você mesmo, segurança, auto-confiança, satisfação, mas eu já começo sentir um negócinho estranho e gostoso dentro do meu peito... Sabem? Aquela chaminha acesa? É isso...





domingo, 14 de agosto de 2011

Amigos...




Olá, cambada, eis me aqui novamente depois de longa data e hoje o motivo é especial. Sei que o dia do amigo já passou e eu nem tive inspiração para escrever nada, mas como amigo é todo dia, a vida toda, porque não escrever agora?
Tive duas semanas do cão nesse mes de Agosto, dizem que é o mes do cachorro louco, posso dizer que além de louco, ele é indeciso, retardado e anormal. Não que sempre sejam, ano passado meu Agosto foi bem agradável.  Enfim, falo sobre essas coisas porque como já disse, essas duas últimas semanas foram bem “trash” e se não fossem alguns amigos eu estaria como dizem “fudida e morando longe!”.
Sou uma pessoa “easy- going” ,  faço amigos com facilidade, converso com todos, e em geral tenho  relacionamentos bons e saudáveis com todos Por outro lado, sou sincera demais, exijo muito e às vezes sou a mais ogra. Demorou para aprender que meus amigos, são só meus amigos e todos eles tem sua própria vida, eu sou ciumenta pra kct com todos eles e precisei levar um baita sermão de uma amiga, na época recente,  para eu “acordar”! Mas, serviu...
Estar longe é uma ótima experiência para perceber quem eram e são seus amigos de verdade, para perceber que muitos que você nunca considerou tanto são os que mais se importam com você, perceber e excluir da vida muitos que você considerava e que definitivamente não eram,  e também,  fazer alguns novos.
Eu sou do tipo de pessoa que quando está tudo bem, estou feliz, quero dividir com todos e quando estou triste acho um absurdo que meus amigos não sintam minhas dores, rs. Rainha do drama. Sei que é impossivel e me controlo. Tento. Quando passa, me acho uma completa idiota e dou mais valor ainda praqueles que me aturaram. Tenho amigos que nunca pensei que se tornariam e hoje olho e penso: “como tenho sorte, como os admiro!”
Hoje consigo entender mais que nunca, que muitas vezes eles não estão preparados pra me acolher que talvez algo neles também esteja doendo, e, com a vida você aprende que o problema não é você e sim o momento e nem por isso a pessoa não seja um bom amigo.
Dizem por aí que bons amigos contamos nos dedos das mãos, eu até conto, mas umas 3 vezes... Acho que hoje em dia, presto atenção mais nos sinais, nas energias emitidas, se alguma coisa vai mal já de cara, é que um dia alguma coisa não sairá bem, então evito. Às vezes me engano, óbvio, mas meu radarzinho anti-babaca anda bem aguçado então ando mais tranquila quanto à isso.
E amigo que amigo é aquilo, fala na cara, briga, manda se foder... Uma das minhas melhores amigas acaba comigo toda hora. Se falo umas verdades pra ela, ela fica brava, briga, mas ela sabe disso, é ela que me bota no chão, me faz ver a realidade nua e crua e sem fantasias... Eu preciso disso. Preciso que me digam verdades, mesmo que eu saiba, mesmo que eu faça tudo ao contrário. 
Eu tenho amigos de infância, amigos de baladas, amigos que posso ficar um, dois, três, quatro ou mais sem ver, mas quando nos encontramos é sempre a mesma coisa. Amigos que não falo há muito tempo, mas os quais o amor permanece e eles sabem o quanto os desejo bem. Tenho amigos novos, virtuais, amigos de longas distâncias. Muitos deles me acham uma “mala” mas não conseguem não gostar de mim porque sabem que esse é o jeito, não gostei vou falar, vou cobrar, mas sabem que quando eles precisam de mim, viro o mundo até conseguir ajudar de alguma maneira. E tenho também aqueles amigos que moram longe e que a sintonia é tão grande,  que quando os procuro,  eu já sei que é porque estavam pensando em mim de alguma maneira também.
Tenho amigos que já me decepcionaram muito, que duvidaram da minha amizade quando mais precisei deles, esses a gente dá um desconto e tenta fazer que está tudo bem, mas eles bem sabem que a amizade nunca mais vai ser a mesma. Confiança se constrói e acho que nesse ponto é mais ou menos como relaciomentos amorosos: depois da primeira cagada fica dificil acreditar de novo. Mas enfim, a gente tenta, se não der a gente exclui da vida aos poucos ou de uma vez conforme a necessidade.
Tenho amigos que gostam de rock, de MPB, de blues, de samba, de ska, de metal,  mas eu juro que às vezes tenho vontade de dar na cara dos que gostam de sertanejo e pagode. Tenho vergonha alheia, mas fazer o que. Amigo é amigo.
Tem aqueles que eu conto tudo. Outros que a gente evita porque sabe que vai  ouvir bosta, rs. E tem aqueles que só de estarmos perto, já acalmam nosso coração.
Eu ando com muita saudade de alguns amigos e com muita vontade de estar perto deles. Sei que essa vontade e essa saudade vai passar assim que eu vê-los e notar que eles continuam os mesmos. Mas com certeza me sentirei confortável e feliz. E dai vou ter saudade do amigos que fiz aqui. Já tenho porque muitos foram embora.
E assim é a vida... uns chegam outros vão, uns ensinam muita coisa, outros só chegam todos estrupiados precisando de colo, e eu dou, adoro bancar a mãezona,  mandar em tudo,  dar conselhos das coisas que faria e nunca faço hahaha,  e ,  por mais que pareça meio revoltada às vezes, o coração é bem grande e sempre cabe mais um.
"Viver é encantar com os outros e ter expectativas correspondidas; viver também é desencantar e ter expectativas esfaceladas. O drama e o lírico sempre nos acompanham.  Mas quando dividimos essas experiências com aqueles que nos conhecem profundamente, conhecem nossa essência, conhecem nossa história de vida, é muito melhor." (O Ócio Iluminado)
Obrigada à todos meus amigos ( e quem são sabem!).

terça-feira, 14 de junho de 2011

Pátria Amada "Plasil"



Primeiro, eles vêm à noite, com passo furtivo
arrancam uma flor
e não dizemos nada.
No dia seguinte, já não tomam precauções:
entram no nosso jardim,
pisam nossas flores,
matam nosso cão
e não dizemos nada.
Até que um dia o mais débil dentre ele
entra sozinho em nossa casa,
rouba nossa luz,
arranca a voz de nossa garganta
e já não podemos dizer nada. 
(Maiakovski)




Hey, Pessoas, como vão... Por aqui tudo caminhando conforme planejado. Fico muito feliz em dizer isso, porque na vida nunca planejei muita coisa, na verdade sempre quis tudo, ainda quero, a diferença é que hoje,  um pouco mais madura, percebo que o que mais me faltou nessa vida se chama foco, e sem ele não há plano que dê certo. Não posso dizer que me transformei numa super pessoa focada e centrada, mas acho que hoje em dia consigo manter sobre controle coisas que antigamente seriam impossíveis. Assim espero...
Depois de dois meses de férias em terras australianas voltei às aulas e é muito bom, apesar de odiar levantar cedo, eu gosto de estudar, me faz bem e línguas é uma coisa que sempre gostei. Tenho trabalhado, vamos dizer, em comparação ao Brasil, pouco, mas em esforço físico muito... Ser garçonete, faxineira,  seja o que for quando você é “ cucaracha”  exige de você no mínimo um pensamento fixo na grana que virá depois, outro modo, a gente desiste. Porque   é uma grana legal!
Enfim, esse post é exatamente para falar de uma coisa que tenho percebido e me incomoda muito: o quanto nosso Real vale bosta nenhuma! 
Eu sei, você caro leitor, que está começando ler esse post deve estar pensando “Lá vem, mais uma burguesinha que saiu fora e agora está dando uma de descolada querendo falar daquilo que não entende, com esse discursinho universitário!” Posso dizer: estou pouco me fodendo pra você. Se pensa isso,  é  porque você não me conhece, não conhece nada sobre  minha história e sendo assim pode parar por aqui. 
Em primeiro lugar, quero dizer, que antes de morar em outro país, talvez muitas vezes eu tenha tido essa impressão das pessoas ao  meu redor, mas hoje entendo completamente, e vou dizer,  a sensação que eu tenho, é de e de abandono e impotência. Ver tudo o que acontece em nosso país, ou melhor não acontece, e ver de fora o tamanho do potencial que nós temos é de chorar e toda vez que penso nisso eu fico muito mal.
Eu não entendo de politica, menos ainda entendo de história politica economica, sempre fui a favor de ONG’s OSCIP’s essas paradas aí que tapam os buracos que o governo seria responsável, acho que temos direito de expor nossas opiniões,  porém, hoje,  consigo ver coisas que estão no nosso nariz e ainda assim não queremos enxergar: o quanto nosso governo é corrupto, quanto somos roubados e o pior: o quanto nos preocupamos  com coisas pequenas que não vão dar em nada e nem mudar a vida de ninguém. Fico mals, porque imagino o quanto nossa vida seria melhor se apenas uma coisa acontecesse: não fossemos roubados descaradamente e tivessemos foco para ao invés de fazer passeata para legalizar a maconha, nos uníssemos pra botar esse bando de ladrões na cadeia. Não estou dizendo que não devemos lutar por aquilo que achamos certo e acreditamos. Fumar um baseadinho é legal, o tráfico não é... Aí, leio no jornal: “São Paulo recebe a A marcha das Vadias”, marcha que começou no Canadá, e tem como objetivo combater o machismo, porque as pessoas andam mais preocupadas com o que as mulheres vestem, se atraem o desrespeito dos machos e das pessoas a sua volta do que com o próprio desrespeito que nosso governo tem para com todos nós: homens, mulheres, crianças, homosexuais, vadias, piranhas, transexuais, patricias, mauricios  e por ai vai,  que pagamos impostos mas morremos em fila de hospitais... Porra, o povo do Canadá tá sussa, vejam a economia deles,  eles póóódemmmm com esse tipo de manifestação... Nós temos mais com o que nos ocupar... Totalmente fora de foco.
O Brasil cresce a olho nu, ingleses, australianos, chineses, japoneses, o mundo todo hoje sabe quem somos, e quem somos? Temos  riquezas que os outros não têm e que mudariam nossas vidas se soubéssemos como utilizá-las e como estamos utilizando? O que o brasileiro ganha com isso?
  Olho ao meu redor aqui na Austrália e vejo que existem pessoas milionárias, sim, mas não vejo a diferença social que vejo no Brasil. Simplesmente aqui as pessoas com pouco fazem muito, todos moram, comem, cuidam da saúde e conseguem se divertir, ninguém se mata de trabalhar, para chegar no final do mes e poxa,  cadê a grana?  E sabe porque isso? Porque o governo intervém e faz a parte onde lhe compete. Simples. Por que todos os impostos pagos voltam em serviços para os cidadãos. É óbvio que para eles existem problemas que ao meu ver não é problema nenhum sendo brasileira, mas é uma “huge” diferença que só me faz pensar, somos uns babacas cordiais!
Tenho um amigo que morou fora um ano e sempre me dizia, “por quê??”, “por que não funciona!?” eu nunca entendia muito bem, mas hoje entendo... E um outro que ficou só um mês aqui e percebeu a diferença. Aqui você não vai se matar de trabalhar porque com o que você trabalha você vai ter uma grana legal, você vai conseguir pagar seu aluguel, e vai conseguir ter qualidade de vida. Sim, as coisas funcionam!
Quando falo que não entendo de politica, quero dizer, que não entendo quais medidas devem tomadas para que possamos sair da lama, não estudei pra isso, mas mudar nossa postura frente a quem nos rouba com certeza é o primeiro passo.
Ah, mas o Brasil tá crescendo, tendo visibilidade, a economia melhorou, podemos comprar carros, ter TV e internet a cabo, até nas favelas têm, podemos viajar, as passagens estão baratas,  não é demais? Não,  não é... Isso tudo é status e não melhora a vida da grande maioria... Tem gente que morre de fome  ainda, o Brasil vai ficar lindo pra quem já tem uma grana e quem é pobre vai se fuder cada vez mais, uma grande diferença social, maior a cada dia é o que eu acredito que nos espera, maior do que já temos....
Sei lá, não gosto muito de falar sobre esses assuntos, porque sei que o buraco é muito mais embaixo e não sou eu sozinha, de longe que vou resolver, mas ando tão indignada que não consegui me segurar.
Só para constar, esses dias estava passando em frente a uma escola aqui na cidade onde moro e tinha uma placa que dizia que a construção daquela escola fazia parte do plano de desenvolvimento economico da Australia, ou seja, o investimento em escolas contribui com o desenvolvimento economico do país. Sempre acreditei nisso, sempre.
Mas eu sei que tem pessoas que vão me perguntar "o que tem a ver economia com escolas? " O que? ...